- Como assim? Eu sempre tento chegar nela mas parece que ela se vai.
- Você faz tudo errado, meu bem! Ela se sente muito envergonhada, e por isso vai. Tenta chegar em um momento apropriado. Elogia alguma coisa do rosto dela, pergunta se ela está gostando da aula.. coisas do cotidiano. - Está certo. Amanhã mesmo eu irei fazer isso, Lua. Obrigado. - dei um sorriso. Sim, eu fiz isso mesmo. Mas eu preferia não ter feito. Calma, primeiro vou te contar como foi. Quando cheguei na escola logo percebi que o Mole estava de olho nela. Eu senti um desconforto alheio, aliás, o Mole parece que come as pessoas com os olhos. É muito desconfortante! Eu fiquei o dia todo perseguindo-a, ela viu isso e até mesmo se escondeu. Foi nesse momento que eu cheguei. - Ei, eu quero falar com você! - coloquei minha mão sobre a dela. - Me solta! - ela gritou. Será que a assustei? Puxa, eu faço tudo errado! - Ora ora, além de bundão, o cotoco tá tentando jogar charmezinho! - era o Mole, de novo, ele estava vindo com seus amigos. - Desculpa, Duda! - eu exclamei. - Pra você, Eduarda. - eu assenti. Ela foi embora e me deixou ali, enquanto a trupe começou a me zoar. Só consegui sair dali porque a orientadora veio chamar o comandante do grupo, e aí sim eu saí de fininho. Também, depois daquilo, nunca mais consegui olhar na cara da Eduarda por vergonha. Quando cheguei em casa, a primeira coisa que eu queria fazer era conversar com Lua, mas vi que meu pai iria impedir isso de alguma forma. - Vai conversar sozinho de novo? Vou precisar de você pra terminar a construção da estante. - quando terminei, ele pediu ajuda de novo. - Ei, tem como me ajudar a fazer uma faxina na casa? Começa pela janela. - E assim por diante. Não consegui falar com a Lua porque tive que dormir, mas deixei a janela aberta para dormir com a luz da lua. Não foram nem cinco minutos: rapidamente acordei gritando. Meu pai correu pro meu quarto e viu que tinha um rato em cima de mim. A Lua Capítulo 3 Uma série escrita e idealizada por: Seyne Idealizador da criação: Lamusta Não foi uma boa ideia ter escolhido justamente aquele dia para dormir de janela aberta. Nem aquele dia: eu esqueci que o bairro onde moro tem vários ratos durante a madrugada. - Pirralho! Que merda, velho! - gritou bem alto minha madrasta do quarto. Que droga, lá estava ela a reclamar novamente. Sofre muito com medo de ratos! Hmmm, isso pode ser um bom ingrediente para uma salada que eu gosto muito. Eu não consegui dormir depois disso, fiquei conversando com Lua a madrugada inteira, e a minha voz com certeza também tirou o sono do meu pai, que veio a cozinha várias vezes. - O que eu devo fazer, Lua? As vezes eu penso que eu nasci apenas para atrapalhar. Veja só: eu atrapalhei a Eduarda, o meu pai, minha madrasta, tudo.... Fui um empecilho. Não sei o que fazer mais.. acho que vou me privar de tudo. Assim não vou ficar incomodando. - algumas lágrimas caíram dos meus olhos. Quando amanheceu, eu caí no sono. Por esse motivo, não fui à escola nesse dia. Aproveitei que acordei tarde (num horário onde meu pai saiu com minha madrasta), para ligar para minha mãe no telefone residencial que tinha na sala. Evandro sempre bloqueava meu acesso a ele e eu nem sei o porquê. Só tinha um problema: eu não sabia o número de telefone dela. E agora? Com certeza deve estar na agenda telefônica, que está dentro de uma caixa, que está dentro do caixote, na área de serviço, próximo a cama do cachorro da minha madrasta, o Bobby. Pra minha sorte, o Bobby estava dormindo na cama! DROGAAAAA! Tive que fazer o maior silêncio para não acordá-lo. Quando peguei o caixote, escorreguei e caí bem cima da pata do cão, que gritou de dor e saiu correndo pela casa inteira. Ele me arranhou e ainda por cima derrubou tudo que tinha lá, inclusive a caixa de areia, que por sorte estava limpa. Já pensou, fezes de cão para todo lado? No momento eu não tinha reparado, mas o cão fez um arranhão no meu rosto, em sentido vertical abaixo dos meus olhos. Estava ardendo bem pouco, mas eu nem percebi por causa da emoção do momento. Digo emoção, porque, Evandro tinha chegado nesse momento dentro de casa e iria ver a bagunça toda. Hoje eu iria dormir de coro quente. Ah, ele nem sabe que eu não fui à escola. No próximo cap.: - Eu queria perguntar uma coisa a você, Evandro. - eu disse, estávamos a sós. - Diga. - Por que separou mesmo de mamãe?
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- Puxa, que burrada fui fazer! Ele nem deve gostar de mim mesmo. Não deve. Meu pai nunca... - nesse momento, meu pai ouviu atrás de mim e me interrompeu. Rapidamente pensei: esse não é o horário dele chegar do trabalho! Será que ele foi...?
- Está falando de mim? - ele perguntou, interrompendo-me. Parecia um pouco abatido. - Estou. - repliquei, de forma um pouco fria. Me arrependo um pouco. - Se você soubesse o que está acontecendo, seria grato. - ele falou alto. Isso me deixou um pouco furioso. - Então porque não me conta de uma vez por todas? - silêncio. Meu tom de voz foi grosseiro demais. - Vocês sempre escondem as coisas de mim. Eu nunca sei de nada! - fui abaixando o tom de acordo com as palavras. - Eu fiz isso tudo pensando em você. Mas é ingrato! Puxou a sua mãe. Eu e ela tivemos uma discussão, você decidiu vir morar comigo, eu tentei me virar no emprego para poder arcar com você e com a minha atual namorada, e você me vem com essa?! Eu fui demitido hoje, ok? Vai me ver na casa o tempo todo. Está feliz? - eu fiquei calado. Ele bateu na parede depois disso. - Droga! - e foi embora. Me senti muito mal, muito culpado. Na escola, a professora implicava comigo: insistia que eu estava errado, mesmo sabendo que eu estava certo (mesmo que eu não seja muito inteligente). Isso acontece frequentemente: quase repeti o 5° ano por perseguição dos professores, chega até a ser engraçado. Já te contei como funcionam as coisas aqui na escola? - Âe cotoco! - esse é meu apelido. Quem falou isso foi o Mole, o apelido do Venâncio. As vezes chamam ele de Mole ou de Venom. Eu não sei o porquê, só imagino.. se for pelo que estou imaginando, prefiro não saber o porquê. Quando ele disse isso, fingi não dar ouvidos. Mais dois caras chegaram e colocaram o pé no meu caminho: caí, mas rapidamente me levantei: - Canalhas! - eu disse, rapidamente chamou a atenção de todos do colégio. Nesse momento o Mole começou a vir lentamente para cima de mim. Lógico, eu fiquei com medo, mas a presença de Eduarda me fortaleceu. - É o que que tu disse? - ele falou cara a cara comigo. Ouvi o pessoal gritando coisas do tipo: Briga, Briga! ou, UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU! Era o meu fim. A Lua Capítulo 2 Uma série escrita e idealizada por: Seyne Idealizador da criação: Lamusta - Eu disse que vocês são uns canalhas. - eu não sei de onde arrumei coragem. - Repete? - ele fez cara de indignado. - Eu disse que vocês são uns canalhas. - ele me empurrou com toda a força dele. Por sorte, não caí, mas eu dei umas andadinhas para trás, rs. Naquele momento eu olhei para Eduarda, nos olhos dela, e me senti o todo todo. - Todos já pra sala! - gritou a orientadora. Ela nos separou e também acabou com a rodinha. Aquilo foi comentado na escola toda, acreditem! Durante todo o horário escolar, o assunto do momento era a discussãozinha. Rolaram fake news dizendo que Mole estava marcando para ter briga na casa dele depois do horário de aula, e que eu era o oponente. Ou era fake news, ou eu esperava que fossem. No horário da saída, tinha uma grande roda na frente da escola me esperando. Quem viu isso foi a Lorena, que rapidamente veio me contar. Ela colocou uma peruca em mim e trocamos as mochilas: eu coloquei a dela e ela a minha. Ah! Não posso esquecer do casaco que ela me deu. Saí de fininho sem ninguém ver. Chegando na casa da Lorena, troquei as roupas e fui direto pra minha casa, que fica perto dali. Nem meu pai, nem minha madrasta estavam, apenas o cão. Dei a comida, água e troquei a areia e corri pra varanda. - Lua, o que será que a Eduarda deve pensar de mim? - senti um calafrio. Estava sentado olhando para a grande lua cheia. - Ela te acha incrível. Mas nunca teve a oportunidade de falar contigo. - Lua respondeu, com sua voz doce e suave. - Como assim? Eu sempre tento chegar nela mas parece que ela se vai. - Você faz tudo errado, meu bem! Ela se sente muito envergonhada, e por isso vai. Tenta chegar em um momento apropriado. Elogia alguma coisa do rosto dela, pergunta se ela está gostando da aula.. coisas do cotidiano. - Está certo. Amanhã mesmo eu irei fazer isso, Lua. Obrigado. - dei um sorriso. Sim, eu fiz isso mesmo. Mas eu preferia não ter feito. No próximo cap.: - Me solta! - ela gritou. Eu tinha segurado a mão dela. Será que a assustei? Puxa, eu faço tudo errado! - Ora ora, além de bundão, o cotoco tá tentando jogar charmezinho! - era o Mole, de novo. Cada vez que te vejo, sinto que você é o meu sol, cada vez mais longe de mim. Acredite, já estou acostumado.
Separações são difíceis, inclusive quando você está na adolescência. Eu caio ao seu redor e me sinto cada vez mais no fundo do poço. Me lembro como se fosse ontem, tudo que aconteceu, tudo que me fez mudar, tudo que me fez ser assim. - Nem acredito que você cresceu! - disse minha mãe. - Boa sorte nessa longa jornada.. - finalizou. E como eu cresci. E está tudo registrado no livro da minha memória. Entrei na sala de embarque. - Vou sentir saudades. - ela disse. E a única coisa que restou foi as lembranças. Nem acredito que estou aqui desde de tudo que ocorreu. O avião começou a decolar, meu coração começou a acelerar. Mas eu já estava me assegurando que estava tudo bem. E minha vida só iria começar agora. Bom, falando sobre o presente, o hoje, o atual, o presente momento... O sol estava se pondo e eu estava carregando aquela grande mochila em minhas costas, caminhando para o lar. Passei em um café antes, tomei um gole daquela bebida tão maravilha. Voltei para casa e abri a porta como sempre. - Eu cheguei. - disse. Minha madrasta rosnou, ela não gosta de mim. - Nem precisava ter avisado. - respondeu imediatamente. - Preciso dizer, vai que meu pai está aqui. Ele pelo menos se importa comigo. - coloquei minha mochila no sofá. - Não tenho tanta certeza. Ele não preparou seu café. - ela riu. Olhei para a mesa e era verdade, não tinha nada pronto. - Vai ter que se virar, pirralho. - e ela saiu da casa. Eu a odiava, só pelo fato dela me ridicularizar pelo meu gosto musical. A Lua Capítulo 1 Uma série escrita e idealizada por: Seyne Idealizador da criação: Lamusta Eu só tinha um único amigo ali: a Lua. Ela era uma amiga imaginária minha fantástica. Estava comigo durante todos os momentos, bons e ruins. Ela era totalmente incrível. Porém, eu apenas a escutava. Ela nunca apareceu para mim, mas toda vez que eu queria ver ela, pedia para que eu vesse o satélite natural da Terra e olhasse para ele. Toda vez que eu vejo a lua, eu sinto uma energia esquisita. Gosto tanto da lua quanto da Lua. Me lembro que passara o começo do dia todo no quarto escrevendo isso. Até porque eu escolhi várias canetas e nenhuma tinha tinta. Meu pai precisa atualizar o escritório dele! Na escola, o mesmo desastre de sempre. Nunca tivera sucesso nos estudos, sempre fui um garoto difícil para aprender. A matéria simplesmente não entra na cabeça: - Eu sinceramente não sei outra forma de explicar isso, Harry. - o professor disse meu nome. Ele estava sentado na cadeira enquanto eu, agachado, tentava entender o exercício. - E agora? - fiquei indignado. - Precisamos contatar um profissional. - isso caiu como uma pedra em mim. Sou um louco? Um deficiente? Um deficiente que precisa de ajuda? Eu sei que pode parecer um pensamento um pouco errado, mas.. você deve me entender. Posso ser louco sim, já que falo com uma amiga imaginária. Morar com meu pai não parece ser tão bom quanto pensei. Vou conversar com ele qualquer dia para ver se consigo morar com mamãe. Eu não suporto a madrasta e muito menos o cachorro podre dela. Ele comeu meu queijo e também o meu pintinho de estimação! Naquela noite, fiquei na varanda olhando a lua/Lua e conversando com ela, me perguntando se um dia seria possível ver novamente a minha linda e aconchegante casa. Deixei para trás além da minha rotina, meus amigos. Ok, o Brian era um real babaca, mas ele era meu melhor amigo. Ele chorou muito quando soube que eu nunca mais iria vê-lo. Ou quase nunca mais. O cara mora no Bairro da Jararaca, UM BAIRRO QUE QUASE NINGUÉM CONSIDERA SER DA CIDADE PORQUE É MUITO LONGE! Mas falando sério, eu quase nunca vejo meu pai. Sempre está a trabalho.. - Puxa, que burrada fui fazer! Ele nem deve gostar de mim mesmo. Não deve. Meu pai nunca... - nesse momento, meu pai ouviu atrás de mim e me interrompeu. Rapidamente pensei: esse não é o horário dele chegar do trabalho! Será que ele foi...? - Está falando de mim? - ele perguntou, interrompendo-me. Parecia um pouco abatido. No próximo cap.: - Você nunca deu atenção pra mim! Eu me sinto sozinho e arrependido! - eu explodi. - Como assim, filho?! - Eu me arrependo de ter vindo morar com você! Está tudo um lixo! Por favor, pai! Eu quero voltar para a minha mãe! - eu vi na cara dele a tristeza. Pela primeira vez senti que meu pai pode não ser o culpado, e sim, outra vítima. |
AutorLamusta deu a ideia de criar a série, mas acabou largando o projeto. Ele apenas escreveu a primeira cena, sendo o resto de autoria do Seyne, e a história também é responsabilidade dele. HistóricoCategoriasSinopseO pequeno Harry se vê encurralado na vida com a separação de seus pais: nem chega a pensar que outros desafios irão chegar pela frente. O menino de treze anos se encontrará de coração partido por conta de um amor não correspondido e sofrerá bullying por ser baixo demais.
CapítulosSerão nove capítulos, sendo exibidos uma vez na segunda feira às 21h.
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